Caiu
IA moeda caiu do bolso
Caiu no meio fio
Caiu na boca-de-lobo
Caiu na puta que pariu
O cigarro caiu da boca
Caiu no chão
Cinzas de uma alma oca
Solidão
A chuva caiu do céu
Caiu na terra fria
Caiu no buraco do inferno
Até o diabo tremia
Era dia de Maria, era inverno
O menininho caiu
Bateu a cabeça e chorou
Menininha olhou e riu
Menininho foi pra casa e se matou
O próprio pescoço com uma faca cortou
A pistola caiu
O sangue caiu
A máscara caiu
A juventude caiu
A integridade caiu
A humanidade sumiu
A porta se abriu
A luz ascendeu
O certo morreu
O espectro negro apareceu, olhei
Meu corpo subiu, chorei
Longe daqui estarei
II
Vivo segui meu caminho morto
Morto escutei a música alta
Alta era a montanha de rochas
Rochas que caiam e rolavam
Rolavam sobre mim e impediam
Impediam que chegasse ao topo
E revivesse
A rocha que caiu era pesada
Pesado era o coração do jovem
Jovem tarde de primavera, já
Já era hora de terminar a missão
Missão secreta entregue por Deus
Deus oculto e Deus presente
Presente seria a liberdade da alma
Alma que ficou presa para sempre
Sempre subindo a montanha
E as pedras caindo
Ah, se não fosse a maldita moeda!
3 Comments:
.muito bem degustado o texto. amei... desculpe o invasão. =D
.presente seria a liberdade da alma.
como vc anda poético, felipi!
=P
é uma cadeia de acontecimentos, cada qual gerando um outro e assim sucessivamente até um fim(?).
ultimamente eu ando me perguntando o que aconteceria se eu não escolhesse nada, deixasse as coisas acontecerem. mas será que isso também não seria uma escolha: escolher não escolher nada?
O.o
não sei se foi deus quem nos deu alguma missão, ou se fomos nós mesmos que decidimos o que fazer, como fazer e quando fazer. pq eu acho que colocar a culpa de tudo em algum poder maior que é nosso é uma forma de tentar livrar a cara da culpa.
*momento de filobostar nos blogs alheios*
ah: ele vai continuar tentando escalar a montanha com as próprias mãos até perceber que é mais fácil usar a escada que está logo ali, ó (met)...
;]
Postar um comentário
<< Home