04 abril 2008

Crimson Skies?

10...9...8...7...6... faltava muito pouco.
Ela já via a luz da cidade ao fundo. De fato, estava bem próxima do fim daquela trilha bastante escura e perigosa – podia ser só impressão.
Mas a verdade é que, em devidos contextos, quase e nada são praticamente a mesma coisa. Digamos que neste contexto, eram.

i. Halfway to Clarity

À medida em que chegava perto do seu destino, Ela começou a contar regressivamente. Mas se ela esperava contar um 5, um 4, não contou. Nunca houve um 5. Da mesma forma, ela nunca chegou lá. Seus pés ficaram presos. Mas ela se esforçou para tentar se mexer. Faltava só metade. Ela poderia andar metade dessa metade. E dessa metade, outra metade. Talvez Ela ficasse dividindo estas metades a vida inteira. O fato é que não teve tempo para o fazer. Logo todo o seu corpo estava completamente imóvel, e a penumbra que a rodeva se tornou uma forte luz. De repente, havia somente a imensidão branca e ela, petrificada. Logo Ela começou a ouvir alguns zunidos bastante irritantes. Seus músculos relaxaram, e então ela pode caminhar pela imensidão vazia. Subtamente, Ela olhou para os próprios pés. Ao redor dos mesmos, uma planície aquática de não mais que dez centímetros começou a se formar, e tomou toda a amplidão. Ela pode ver seu rosto no refelexo, pode lembrar como já foi linda. Algo no reflexo chamou sua atenção, então rapidamente ela olhou para o céu. O que antes parecia a maior folha de papel do Universo, agora dava a forma a belas nuvens. E então o céu começou a ficar vermelho.
Ela ainda não havia notado, mas estava vestindo um manto branco quase transparente, que cobria todo o seu corpo, e era leve e macio como o próprio ar. Deitou-se sobre a seda e lavou o cabelo com a água que inundava todo o Universo, o Universo d’Ela. Começou a cantar e a fazer marolas nas águas, estava quase a dormir, sentia-se pura e feliz. Sentia-se mais jovem. As águas realmente tinham deixado-a mais nova. Uma leve brisa começou a soprar. Logo, essa brisa tornou-se forte. As águas começavam a se agitar, formar ondas, começavam a erguer-se. Ela estava presa no meio de um oceano em fúria, sozinha. Ela podia ver barcos passando ao longe, e ela chamava e gritava, mas ninguém a viu. Talvez fosse só a sua imaginação.
Não muito mais tarde, Ela já estava completamente submersa.